quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Entendo, mas não compreendo.

Olá, me chamo Patrick da Rocha Oliveira Antunes e tô aqui, já pelo sétimo ou oitavo ano, escrevendo, lá de vez em quando, um texto ou outro que expressa um pouco do que sinto ou alguma opinião sobre sei-lá-o-quê.

Não mudo a fonte por achar que não é importante, também não me preocupo com o formato do texto (se será um dissertação, uma narrativa, uma crônica ou algum poeminha de algumas estrofes e parágrafos) porque, hoje, não vejo relevância nenhuma nisso também.

Há exatamente um mês quebrei o cotovelo direito e estou sendo obrigado a refletir sobre as coisas da vida, afinal estou em casa vendo o tempo passar e sem ter porra nenhuma pra fazer. Confesso que vejo um dedo divino neste contexto que vivo hoje, pois não sentia a tranquilidade que sinto agora há uns bons anos já.

Tava pensando em largar a contabilidade, mudar de profissão. Tipo, mudar radicalmente mesmo, fazer uma publicidade e propaganda, jornalismo, moda ou qualquer outro curso que fuja completamente dessa linha de rotina e escritório. Só que é um pensamento bem sem fundamento, porque eu gosto do que faço e sei que serei um ótimo advogado tributarista.

Sabe quando a gente tá em casa e não tem no que pensar, aí pensa um monte de merda? Acho que tô nessas aí. Só espero manter o discernimento pra saber o que é pensamento meu mesmo e o que é pensamento proveniente do tédio.

Quando se está assim, inerte, parado, faz-se muitas especulações sobre a própria vida. A gente se questiona sobre as escolhas, sobre os caminhos que seguiu e sobre se valeu a pena a vida até aqui. É como se fosse uma reclusão sabe, um recomeço. Lembro que esses dias - antes de quebrar o braço - tava falando com um amigo sobre a necessidade de um botão reset na minha vida. Sobre a vontade de começar de novo, com a mente organizada, com os pensamentos e vontades em dia. Acho que meu pedido foi atendido, pois a gente reflete pra caralho quando está assim,  em casa, sem poder fazer as coisas que sempre fez.

Por exemplo, decidi que no início do próximo ano - seja pelo PROUNI, seja pelo FIES, seja pagando mesmo - vou entrar em uma boa faculdade e cursar Direito com tesão durante todos os semestres. Já passou a época das cachaçadas, das loucuradas, dos besteiróis. Acho que tá na hora de ganhar a vida um pouco, de provar pra mim que sou diferente daqueles que critico. Claro, tudo isso se eu não tocar o foda-se de novo e entrar num curso de tererê e pintura com giz de cera. A gente nunca sabe o que vai acontecer na próxima hora.

E dentro de todas essas críticas sobre a própria vida vem um monte de dúvidas né. Será que fiz certo nesse momento? Será que fiz certo naquele? Será que devo voltar atrás nisso ou naquilo? Mas a vida é daqui pra frente mesmo ou dá pra resgatar certas coisas da vida?

Isso, às vezes, me perturba um pouco, só que será sempre assim. Tenho a alma inquieta e essa é minha maldição. Sei de algumas coisas que quero, sei das coisas que amo, sei dos sonhos e pesadelos que tenho e jamais vou ter certeza sobre as escolhas, só sei que as fiz e o custo e o benefício de cada uma delas é cem por cento meu.

E assim vamos indo. Ele pensa nela quando lembra que algumas coisas são pra sempre, ela pensa nele quando lembra que precisa se libertar de certos sentimentos que não existem mais. E assim, as duas almas, presas dentro de mentes e corpos involuídos, continuam se sentindo eternamente incompletas, perdidas, sem  estabilidade plena, mas como dizia um velho deitado numa praça aqui de Viamão: O amor é uma frô roxa, que nasce, cresce, se transforma, se esconde, se fantasia, fica louco, faz um monte de merda, vai preso, apanha, sofre, tenta se suicidar e não consegue, cresce mais um pouco, é escondido pra não causar mais estragos e não morre. Se for amor de verdade, não morre. Apenas se transforma, nisso eu acredito.

Enfim, o lance é que eu continuo aqui, com a mesma mente perturbada de sempre. Com os mesmos sonhos de sempre, com os mesmos sentimentos de sempre, só que aprendendo a interpretar isso de diferentes maneiras, de ver isso por diferentes óticas.

Vamo indo, cada dia, de cada vez. Como sempre. Precisando, grita aí, tô sempre às ordens.

Patrick, 24 anos de idade, skatista, profissional da área contábil, viciado em música e de um modo grosseiro e amador, pensador.