terça-feira, 27 de setembro de 2016

Racionalidade x Sensibilidade (A luta do Ego sobre o ID)

No último ano tenho sentido, como posso dizer, um bloqueio para pensar em certos assuntos. 

Historicamente sempre fui um cara sensível aos meus próprios desejos, sentimentos, problemas e possíveis soluções, isto é, desde sempre tive plena noção do que sentia e do que tinha que fazer para atingir os objetivos que definia.

Entretanto, a impressão que tenho é que quanto mais racional e intelectual me torno para alguns assuntos - Socialismo, Capitalismo, Marxismo, Liberalismo Econômico, Conservadorismo, Marx e Mises, Regime Militar, Paulo Freire, História do Brasil e Mundial, Política e Economia, Machismo e Feminismo, enfim, ideologias e posicionamentos sociais e humanos - mais me distancio do meu Eu pessoal, do meu Eu instintivo, do meu Eu natural - se posso dizer assim - e isto é não é legal pessoalmente. Quanto mais aprendo sobre o que, de fato, acontece e aconteceu no mundo, mais me preocupo de forma holística, geral, global sobre as coisas da vida. Isso acaba me prejudicando quando o plano é pensar sobre mim próprio.

É como se eu estivesse aprendendo a pensar com o Ego e deixando meu ID lá escondido. Não acredito que isso possa ser benéfico, pois quando o assunto é largar o cigarro - por exemplo - e traçar um plano efetivo para realizar isso, acabo me dispersando em leituras extremamente extensas sobre um assunto de interesse e fumo sem nem perceber. Perco completamente o foco quando são coisas referentes a mim. E isso se aplica a planejamento orçamentário, pessoal, sobre minha demanda por exercícios físicos - que existe, mas está suprimida embaixo dessa sede loca por conhecimento intelectual (e o maldito Netflix, claro). 

Só vejo um futuro para a pessoa que resultará no produto das escolhas que tomo hoje: um gordo fumante, com pouca saúde e um conhecimento razoável sobre diversos assuntos, mas que na prática têm pouco reflexo na minha rotina diária.

Meu plano de vida, aos 16 anos, era andar de skate (mesmo que apenas como lazer) diariamente e pelo resto da vida, era me alimentar sempre corretamente e tomar meu vinho sempre que possível, era estudar e trabalhar muito para melhorar de vida (mas sem perder a essência e as raízes que me conectam no meu Eu original), era ter uma vida simples, saudável, organizada e próspera. 

Analisando meu cenário atual, percebo objetivamente (e sinceridade comigo é fundamental nesse momento) que parte desse plano está indo na direção correta, mas que parte (e a parte fundamental, na minha opinião) está se perdendo no caminho. 

Não vou ser um grande contador e economista gordo e podre por dentro! Não vale ter patrimônio, cultura, sabedoria e intelectualidade se minha matéria-prima estiver fadada à remédios e vida sedentária. Não era esse o plano. Nunca o será. 

Preciso ter foco e organização pessoal para reorganizar a vida, a fim de retornar ao plano original sem perder as coisas que estão dando certo atualmente.

Preciso reaprender a viver - na plenitude desta palavra: viver - e a não me deixar embrutecer, pois eu sempre acreditarei nos meus ideias.

Thanks for watching

Patrick, 28/09/2016.




quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Porquês, ah! e os Porquês...

Hoje é dia 12/02/2016 e ainda me pergunto por que escrevo? Aos 27 anos de idade, pai de uma menininha linda chamada Lara (que está com 1 ano e 10 meses completados ontem), ainda na faculdade de Ciências Contábeis, ainda apaixonado por música e skateboard.

Receoso por tatuar todo o braço esquerdo (que as sessões já estão marcadas para esse mês - agora vai - e com o desenho que eu quero), receoso pelos planos de morar no Centro de POA na volta às aulas, receoso pela forma como a Verônica pode se posicionar na próxima audiência, me obrigando a brigar pela guarda da Lara ao invés de nos unirmos para criá-la da melhor forma possível.

Se eu fosse arriscar dizer porque escrevo, começaria com a hipótese da exteriorização desses milhões de pensamentos que ecoam na minha cabeça diariamente e ininterruptamente. Minha inquietude está se mostrando prejudicial, pois ela me deixa ansioso e eu acabo tomando muitas decisões não pensadas. 

Entendo que nossa vida é como uma pizza composta de vários fatores que precisam ser cuidados individualmente; família, saúde, carreira, esportes, amigos, sonhos, insatisfações, dentre outros. Várias "fatias da pizza" da minha vida já estão encaminhadas mais cedo do que imaginei: Sou Pai, estabilizado profissionalmente com possibilidade de evolução a curto prazo, me graduando para poder virar Professor antes dos 35 (com sorte), sigo com skate regularmente e família à minha volta. Relação com a Lara foi meio conturbada nos últimos meses, mas nas últimas semanas deu uma normalizada e eu torço para que as coisas sigam assim. 

Então? Por que escrevo? Confesso que hoje sou alguém que não sente saudade de ninguém com quem tenha vivido algum relacionamento amoroso. Hoje sou alguém que não sente medo de viver ou das situações da vida, não sente receio de ter escolhido uma vida errada ou um caminho errado a se seguir. Eu nasci pobre, muito pobre, num bairro onde a maioria nunca saiu da vida de subsistência. Hoje tenho perspectiva, possibilidades, sonhos grandes no âmbito profissional.

Há vezes que a liberdade da vida de solteiro é ótima, mas isso onera uma solidão bem difícil também. Há vezes que se quer alguém para amar e dividir algo especial, mas também a adrenalina que a vida de solteiro proporciona em alguns momentos é viciante. Costumo dizer que a vida de solteiro viabiliza a possibilidade infinita, isto é, nunca estamos em uma situação estática, limitada. Sempre podemos recomeçar. 

Enfim, não consigo encontrar os motivos pelos quais escrevo, só sei que quando escrevo me sinto bem, leve, com os pensamentos mais organizados e acredito que isso, no momento de vida que estou vivendo, é crucial para saber quais os próximos passos que devo dar.

Boa noite, obrigado pela leitura.

Patrick.