Houve um tempo em que o tempo passava mais devagar e tudo parecia estar em harmonia. Houve um tempo em que se podia aproveitar um dia inteiro sem se preocupar com o amanhã, pois no amanhã também se aproveitaria. Não falo obrigações e responsabilidades da vida adulta como se fossem coisas ruins ou entraves à felicidade, mas sim como partes de uma realidade tão nova e complicada que parece que foi criada para nos prender e nos dominar. É uma luta constante por dinheiro ou por adquirir bens materiais que gerem conforto (a mesma coisa que dinheiro, na minha opinião) e uma batalha diária para se vencer na vida, isto é, para atingir grandes postos profissionais, ter status profissional, gerenciar uma grande equipe e ter sob os seus comandos muitas pessoas que fazem tudo para te buscar e te ultrapassar na corrida profissional.
Há mais ou menos 8 anos que sigo essa linha de escrita, com nuâncias e descobertas, pois eu também tive que sentir um pouco o poder do dinheiro e do poder para ver que ele não sacia minha vontade de bem-estar.
Antes eu achava que ter um carro bonito e poder comprar coisas caras era a coisa certa a se fazer e a única forma de vencer. Hoje já não acredito nisso. Não adianta ter cinco ou dez mil reais por mês, se você sente falta da importância das coisas que comprava quando era jovem e cada real valia muito. Hoje posso ter o tênis, a calça, o carro, o telefone e pra quê? Se a magia de fazer uma session de skate ficou no passado, há muito esquecido, se a magia do vinho com os amigos à beira da calçada ficou lá atrás também. Não sei se tenho algum tipo de síndrome de Peter Pan ou de não querer aceitar a vida como ela é. Não sei se sou um visionário que transcende os quereres básicos ou se sou só um lóki viajando.
Gosto do meu trabalho, sinto prazer nisso e talvez por isso dê certo. Como vou ter uma filhinha, vou poder suprir todas as necessidade e por isso continuarei na minha rotina, mas saliento aqui que hoje entendo a real importância de se ter ideais e de se não deixar influenciar por tudo o que te apresentam.
Não é mais feliz aquele que tem o carro melhor. Não é mais bonito aquele que tem a camisa da seda mais cara. Não é mais saudável aquele que fica horas preso no trânsito e vai pra academia. Não é mais satisfeito aquele que gerencia 30 pessoas.
Hoje busco uma forma de me estabilizar, pensando na minha filha. Hoje, também, procuro um jeito de me satisfazer, para que possa ser feliz e saudável para criar meu anjinho quando ela crescer.
É preciso nos manter mentalmente e fisicamente ativos, sempre. Não podemos acreditar em tudo que vemos. É preciso buscar informações. Criticar. Questionar. Ser chato mesmo. Viva feliz pelo que você é e pelo que sente e não pelo que tem.
Enfim, sempre que a temperatura muda bruscamente fico meio assim, sei lá. Há anos não escrevia, pois estava me tornando um cara chato e que não queria ser. Cometi erros, como todos, mas sei que a vida me reserva muitas alegrias e eu mesmo vou produzi-las, todos os dias.
Obrigado pela leitura, pois sei que a escrita é uma ótima forma de interação entre pessoas que não se conhecem, não se vêem, mas que podem se ajudar e se aconselhar.
Patrick Antunes.
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